Condenação de Ciro Roza é prato cheio para governo
A decisão da Justiça Federal de condenar o ex-prefeito Ciro Roza (DEM), por superfaturamento na obra do canal extravasor, tem sido um prato cheio para o atual governo. Situação que não poderia deixar de ser lembrada no Legislativo, onde a maioria dos vereadores pertence a partidos que deram sustentação à gestão do democrata quando no comando do Executivo.
Utilizando o dito de que é preciso ter memória, o líder do governo na Câmara, Valmir Coelho Ludvig (PT), leu alguns trechos da decisão proferida pela juíza Érika Giovanini Reuptke. “É preciso parabenizar essa juíza pela coragem. Tinha que ser novamente uma mulher”, disse o petista, em referência a decisões tomadas anteriormente por outra juíza, Quitéria Tamanini Vieira Peres, sem citar a mesma, em desfavor do governo passado.
Ludvig disse que o que houve agora é resultado e um trabalho iniciado no início da década. Na época, segundo ele, um grupo de vereadores apresentou argumentos que comprovavam pontos suspeitos na licitação para construção da ponte Irineu Bornhausen (ponte estaiada). “Onde íamos, alguns nos perguntavam se éramos contra o progresso”, falou o líder do governo.
O vereador Dejair Machado (DEM) foi curto nas palavras ao tentar rebater as observações feitas pelo petista. Ele disse que a decisão ainda é em primeira instância e que só vai comentar sobre o fato quando houver elementos novos. “Temos muita coisa pela frente. Eu vou ficar na condição de esperar o que vai ocorrer”, argumentou.
Valmir Ludvig fez questão de lembrar que a decisão foi proferida pela esfera federal do Judiciário. Indiretamente, foi uma maneira de dizer que a esfera local do mesmo Poder não atuou da mesma forma.
Ele disse ainda que, caso haja uma decisão oposta do mesmo Judiciário quanto ao caso, livrando o ex-prefeito da punição, ficará claro o peso político da decisão. “Espero que a Justiça mantenha esta decisão diante de um caso de superfaturamento”,t finalizou.